Nesse ano, dando continuidade ao projeto “Você se
conhece”, trabalhando com questões voltadas para a sexualidade, percebemos que
era necessário ampliar a abordagem, uma vez que esta é uma temática ampla que
transcende as questões biológicas.
Verificamos que era preciso levar em conta o contexto e
realidades sociais dos alunos, bem como investigar quais eram suas reais
dúvidas sobre sexualidade e sexo.
Com estas perspectivas, trabalhamos com a dinâmica a teia
da vida, com o objetivo de proporcionar um momento onde os alunos pudessem
expressar sua maneira de ser, modo de agir e pudessem expor questões de seu interesse.
Por meio desta dinâmica, objetivamos avaliar qual a melhor maneira de trabalhar
e quais assuntos deveriam ser focados.
Teia da vida!
Iniciamos a dinâmica com uma introdução sobre vivencia em
sociedade, ressaltando que a natureza do ser humano não é viver isolado, mas
em grupo e relembrando que, para isso, é preciso a definição e obediências às
regras, respeito ao próximo e a si próprio, no sentido de respeitar as
individualidades de cada um.
Relacionamos também a vida em sociedade com o espaço
escolar e questionamos os alunos para ver qual eram suas opiniões a respeito do
assunto.
Após o pequeno debate, iniciamos a dinâmica. Para sua realização
formamos um circulo na sala para que cada aluno e inclusive nós bolsistas pudessem
dizer o nome, o que mais amava e mais odiava fazer. Falar se tinham um sonho e
dizer o que era se assim quisesse.
A dinâmica iniciou por uma bolsista, que com um novelo de
lã nas mãos, fez sua fala, segurou a lã enrolada em seu dedo e passou o novelo
para outra pessoa. E assim ocorreu sucessivamente até que todos tiveram a
oportunidade de falar.
Ao final, todos estavam unidos pelo fio de lã, formando
uma teia.
Então foram levantados os seguintes questionamentos
*Que desenho se formou com os entrelaçados de lã?
*O que pode representar uma teia?
Nesse momento foi chamada a atenção que a teia estava
representando as ligações que todos nós temos. Independente de querer ou não.
Pois, todos estamos inseridos em uma sociedade com muitas diversidades,
estilos, gostos, culturas, o mesmo ocorrendo na sociedade escolar.
Porém colocamos que era preciso aprender a conviver com
essas diferenças e respeitar cada um a seu modo e levar em conta que na sala de
aula temos interesses comuns a todos como: aprender, fazer amigos, ser feliz...
Após mais esse debate, foi desfeita a teia e pedimos para
que todos sentassem no chão e observassem uns aos outros. Após fizemos os
seguintes questionamentos:
Será que somos todos iguais?
Nossas mudanças são apenas físicas?
Por que somos diferentes?
De acordo com as respostas começamos explicar que as diferenças
do corpo de cada um e as mudanças que vinham acontecendo: seios, pelos, voz,
interesse por meninos e meninas era natural da adolescência e que havia um grande responsável por isso tudo: os
hormônios.
Ressaltamos que toda
essa mudança gera dúvidas, questionamentos. Será que isso normal, só acontece
comigo? Colocamo-nos a disposição para auxiliar no esclarecimento dessas
questões e também em outras que tivessem curiosidade.
E para deixar toda a liberdade para os questionamentos,
colocamos uma caixa na sala da coordenação para que os alunos pudessem deixar
suas dúvidas, sem precisar se identificar, apenas deveria indicar a qual turma pertencia. E então em um
momento oportuno, quando trabalhando com a turma avaliaríamos a melhor maneira
de trabalhar a questão.
Com essa simples
dinâmica foi possível perceber que será necessário trabalhar coma construção da
identidade dos alunos, antes de iniciar as explicações sobre os aspectos
biológicos da sexualidade. Uma vez que o respeito a si próprio e ao próximo
ainda pareceram ser atitudes um pouco distante da realidade de muitos.
Gabriela Schäfer e Tatiane Eitelven
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